"Eu sinto que agora é o tempo em que mesmo uma mulher ou criança
que sabem falar uma palavra de liberdade e humanidade é obrigado a falar...
Eu espero que cada mulher que possa escrever não fique em silêncio."
(Harriet B. Stowe para o editor do jornal National Era)
Harriet Beecher nasceu em 14 de julho de 1811, em Connecticut, numa família envolvida em causas sociais. Seu pai era ministro congressionalista e sua mãe era religiosa, porém morreu quando Harriet tinha apenas cinco anos de idade. Harriet tinha doze irmãos, como Catharine Beecher, uma educadora que possuía uma escola para garotas, e alguns de seus irmãos se tornaram ministros (melhor forma de influenciar a sociedade naquela época). Sua irmã mais nova, Isabella, foi a fundadora da Associação Nacional de Sufrágio das Mulheres.
Harriet Beecher |
O pai de Harriet ensinava religião na Sarah Pierce's Litcfield Female Academy (onde Harriet estudou) e aprimorou o talento para o debate seus alunos e filhos. Essa escola foi uma das primeiras a encorajar as garotas a desenvolveram outros assuntos e não apenas artesanatos. Em 1824, Harriet se tornou estudante na Hartford Female Seminary, escola fundada pela irmã Catharine.
Aos 21 anos, Harriet mudou-se para Cincinnati, Ohio, e juntou-se Semi-Colon Club, um grupo de escritores talentosos e outros, conhecendo deste modo Salmon P. Chase (Chefe de Justiça dos Estados Unidos), a autora Caroline Lee Hentz e Emily Blackwell (terceira mulher a receber diploma de médica nos Estados Unidos). Em 1836, Harriet se casou com Calvin Ellis Stowe, professor, ao qual conhecera nesse grupo. Juntos, tiveram sete filhos. Mudaram-se para Maine.
O pai, irmãos, marido e membros do grupo Semi-Colon Club compartilhavam com Harriet a indignação com a escravidão. Em 1850, o Congresso aprovou a lei do Escravo Fugitivo, em que os escravos eram perseguidos, mesmo se fossem para o Norte (onde eram contra a escravidão), para retornarem a seus proprietários do Sul. Para expressar sua indignidade, Harriet passou a escrever uma história anti-escravidão para o jornal National Era, em 1851, chamada Uncle Tom's Cabin (A Cabana do Pai Tomás), com o subtítulo The Man That Was a Thing (O Homem Que Era Uma Coisa), que logo mudou para Life Among The Lowly (A Vida Entre os Humildes). A história virou livro e foi publicada no ano seguinte, numa tiragem de cinco mil cópias. Em menos de um ano, no entanto, foram vendidos três milhões de livros. O livro serviu para fermentar a Guerra Civil dos Estados Unidos (entre o Norte - anti-escravidão e o Sul - escravista). Logo que a guerra começou, Harriet foi a Washington e lá conheceu o presidente Abraham Lincoln, em 1862. A lenda é que Lincoln dissera a ela "Então você é a mulher que escreveu o livro que causou essa grande guerra", mas a verdade é que as informações sobre esse encontro são vagas.
Harriet Stowe continuou a escrever livros sobre causas sociais, porém não foram tão populares quanto A Cabana do Pai Tomás, como The American Woman's Home (1869), Lady Byron Vindicated (1871) e Pogunuc People (1878) e publicou duas obras como Christopher Crowfield.
Harriet Beecher Stowe |
A família Beecher também sofreu um escândalo quando, na década de 1870, o irmão Henry Ward Beecher foi acusado de adultério. Harriet continuou apoiando o irmão, acreditando que ele era inocente, mas mudou-se para a Flórida a fim de passar um tempo longe do escândalo.
Harriet B. Stowe morreu em julho de 1896, em Hartford, Connecticut. Seu corpo foi enterrado em Massachusetts e na lápide escreveram "Seus filhos se levantam e a chamam de abençoada".
O livro A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, foi bastante comparado com A Cabana do Pai Tomás, por se tratar do mesmo assunto.
Em 2001, a Bowdoin College levantou fundos para restaurar a casa em que Harriet viveu, no Maine, enquanto escrevia A Cabana do Pai Tomás. Sua casa em Connecticut foi transformada em museu e a casa ao lado também é aberta ao público, pois Samuel Clemens (conhecido como Mark Twain, famoso escritor) era seu vizinho.
Harriet B. Stowe nasceu de uma família que a influenciou muito religiosamente e que lutava pela igualdade dos homens e mulheres, fosse qual cor ou condições sociais. Uma das mais significativas pessoas na luta contra a abolição que ocorreu em seu país na Guerra Civil. Harriet lutou pelo que acreditava com suas palavras que conseguiu fazer parte do movimento que mudou a realidade de seu país. Isso é uma prova de que a literatura pode mudar as pessoas e consequentemente mudar o lugar em que elas vivem.
"Eu escrevi isso porque como uma mulher, como uma mãe, eu estava oprimida e de coração partido com o sofrimento e injustiça que via, porque como uma cristã eu senti a desonra ao cristianismo - porque como uma amante de meu país, eu tremia da vinda do dia da ira"
Harriet Stowe sobre porque escreveu A Cabana do Pai Tomás
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