Dois motivos que movem o mundo, e as histórias, para a
frente: amor e ódio.
(DRACCON. Caçadores de Bruxas, pag. 47)
O primeiro volume da trilogia Dragões de Éter, Caçadores de Bruxas, de Raphael Draccon, é um livro em que a garota do chapéu vermelho, Maria e João da Casa de Doces, Branca de Neve, Capitão Gancho, bruxas e mesmo a cultura atual e suas gírias ganham espaço, numa história envolvente, caprichosa, de suspense a cada página! Sim, Raphael Draccon conseguiu conciliar vários contos com a atualidade, além de criar e desenvolver seus personagens perfeitamente. Os capítulos curtos aumentam a tensão e não prejudicam de forma alguma a caracterização dos personagens, apenas deixa os leitores com a ânsia de vê-los de novo e assim lendo com aquele pensamento "Só mais uma página e vou fazer as coisas que preciso fazer...", mas as páginas prendem tanto a atenção que num instante acabam e não resta mais nada a fazer senão fechar o livro e dizer "Perfeito".
Bom, pelo menos foi o que passou pela minha cabeça, e acho importante ressaltar aqui que não sou muito acostumada com livros de fantasia, de modo que quando decidi ler este eu não botava muita fé não. Aí eu li a primeira página e saí comentando sobre o livro para minha família inteira, porque eles não poderiam perder essa incrível história.
O livro é narrado por alguém misterioso que faz os leitores se conectarem facilmente ao dirigir-se a nós como se estivéssemos numa conversa. E conta como a "chapeuzinho vermelho", que na verdade se chama Ariane Narin e é uma garota muito divertida, se encontra com os irmãos Hanson, Maria e João, do conto da bruxa da Casa de Doces, além de outros personagens conhecidos mundialmente que fazem parte da história.
Primeiro volume da trilogia Dragões de Éter, de Raphael Draccon |
Arzallum é apenas um dos reinos de Nova Éter, mundo protegido por avatares em formas de fadas. Acontece que algumas fadas, irritadas com as falhas humanas, se revoltam contra os seres racionais. Com isso, elas perdem parte de seu poder divino e passam a ser consideradas bruxas. E naquele reino, após as Caçadas, todos pensavam que todas as bruxas eram más...
Na história também entra Jamil Coração-de-Crocodilo, filho do pirata mais conhecido da ficção: James Gancho (aquele mesmo que não deixava o Peter Pan em paz...). James Gancho não morreu, ah, não, mas está velho, carcomido e Jamil agora é o comandante do seu navio. Jamil tem grandes planos que, de alguma forma, estão rumados para Arzallum. Sem contar a guerra entre duas sociedades criminosas, os Sombras e os Fantasmas...
Ariane então descobriu que existem lobos que atacam apenas
porque têm fome.
E já homens que atacam apenas por serem maus.
(DRACCON. Caçadores de Bruxas, pag. 310)
(DRACCON. Caçadores de Bruxas, pag. 310)
Ainda em Andreanne há os filhos do Rei, nascidos da união entre Rei e a fada Terra. Anísio Terra Branford e Axel Terra Branford podem parecer muito diferentes no início. Anísio é o sucessor no trono, se comporta educadamente, fala todo "pomposo". Agora Axel sabe a língua descontraída da plebe e se diverte com a plebe. Luta pugilismo e até passa a conhecer Maria Hanson... O que esses dois irmãos não esperavam era que o episódio travado pelo pai, o Rei, anos antes ainda fosse interferir em suas vidas, e a percepção de mundo que têm começa a se modificar.
O livro é bem triste e sombrio, mas é suavizado por se tratar de uma história envolvendo crianças. A sensibilidade do narrador é tocante, e ele consegue mesclar com comentários instigantes e momentos divertidos.
Um ponto negativo é a explicação sobre os semideuses, pois está confusa. Às vezes também as intercalações de diálogos "pomposos" com diálogos cheios de gírias parecem deslocados... Devo deixar claro que tudo isso não me impediu de gostar muito do livro, mas ainda assim gostaria de ver mais explicações sobre Éter, e muito do que deveria estar no livro está site da trilogia.
Um ponto negativo é a explicação sobre os semideuses, pois está confusa. Às vezes também as intercalações de diálogos "pomposos" com diálogos cheios de gírias parecem deslocados... Devo deixar claro que tudo isso não me impediu de gostar muito do livro, mas ainda assim gostaria de ver mais explicações sobre Éter, e muito do que deveria estar no livro está site da trilogia.
Tem dragões? Bom, digamos apenas que, no site dos livros, o autor deixou bem claro: dragões são o símbolo da fantasia. Éter, por sua vez, é a quinta essência, elemento presente em todo o universo e que nos liga aos sonhos. Sendo assim, o nome da trilogia é uma metáfora a "uma fantasia que você alcança através dos seus sonhos". Então, para manter Éter viva, é preciso que o Criador pense nela. E que você pense nela.
"Um sonhador não é capaz apenas de dar a vida a novos mundos.
Ele é capaz de transformar o mundo em que vive em um mundo melhor.
E próximo do mundo que sonha."
Raphael Draccon
Escrito por MsBrown
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